Você já deve ter ouvido falar da Netflix, provedora global de filmes e séries. E, provavelmente, já utilizou esta plataforma de streaming que tem mais de 100 milhões de assinantes atualmente.
Trata-se de um bom exemplo de empresa que sabe o que é Big Data. Os dados são usados para monitorar o consumo e o engajamento de seus conteúdos (filmes e séries) e, a partir daí, fazer recomendações ou direcionar novas produções aos usuários.
As sugestões que você recebe são bem direcionadas, pois levam em conta suas preferências, as séries, os filmes assistidos e até os comentários das redes sociais. Mas o Big Data não para por aí: ele vai muito além do entretenimento.
Estatísticas do Gartner apontam que, a cada dois anos, a quantidade de dados gerados no mundo é duplicada. E, até 2020, alcançará a marca de 40 trilhões de gigabytes.
Interessou-se e quer ficar por dentro desse assunto que é muito importante para o e-commerce também? Continue a leitura!
O que é Big Data?
O Big Data é uma das principais inovações que surgiram com a transformação digital dos últimos anos e descreve grandes volumes de dados. Ele ganha cada vez mais relevância, à medida que a sociedade se depara com o aumento no número de informações geradas todos os dias.
Esses dados podem ser estruturados ou não. No primeiro grupo, há as informações dentro de bancos de dados, como produto, preço, volume de vendas e aquelas armazenadas no carrinho de compras.
Já os vídeos, tweets, curtidas, compartilhamentos no Facebook e e-mails, por exemplo, são considerados dados desestruturados. O conceito de Big Data na área de Tecnologia da Informação é baseado em:
- velocidade — a rapidez com que as informações são produzidas e tratadas. Os dados precisam ser tratados no ritmo que cada negócio exige;
- volume — a grande quantidade de dados produzidos, dentro e fora das organizações, incluindo transações comerciais, redes sociais ou informações transmitidas por máquinas;
- variedade — os diversos tipos de dados, como os numéricos, em bancos de dados tradicionais, de áudio e vídeo, postagens nos blogs ou nas redes sociais, imagens, entre outros.
Além disso, a veracidade da informação é crucial. Com o Big Data e a partir de suas análises de dados e estatísticas em grandes volumes, é possível identificar aquilo que não é verdadeiro. Tudo isso faz com que tal ferramenta agregue valor às empresas.
Na prática, o Big Data permite analisar qualquer tipo de informação digital em tempo real. As dificuldades em armazenar, analisar e utilizar grandes conjuntos de dados têm formado um considerável gargalo nas companhias. Mas não basta definir o que é Big Data: é preciso saber o que fazer com os dados coletados e armazenados.
Se não forem devidamente contextualizadas, as informações geradas diariamente não representam muita coisa. No entanto, quando relacionados de forma inteligente e estratégica, esses conteúdos são capazes de gerar insumos preciosos para as empresas.
Uma organização precisa aprender a aproveitar as informações relevantes para seu negócio e usá-las para tomar as melhores decisões. A gestão de dados de diversas fontes é o maior desafio nas tentativas de análises mais completas, pois eles são, geralmente, organizados em silos.
A maioria das soluções de análise de dados que existem no mercado recebe os itens e os trata. Porém, isso não resolve o problema de conectividade entre as várias fontes.
Softwares de gerenciamento organizacional (ERPs), de gerenciamento de clientes (CRMs) e de comércio eletrônico (e-commerces), além das redes sociais, são exemplos de fontes de dados, mas, na maior parte das vezes, não são interconectados.
No entanto, as empresas estão driblando esses desafios e contam com a ajuda de profissionais cada vez mais especializados em análises de grandes volumes de dados para que encontrem a melhor solução para cada negócio.
Exemplos de utilização
No início deste artigo, vimos que a Netflix é um exemplo de empresa que utiliza essa ferramenta. Muitos mercados também já sabem o que é o Big Data e vêm se apoiando na tecnologia para aplicá-lo em seus respectivos negócios. Veja alguns exemplos:
- uma empresa tira fotos de satélite para seus clientes em tempo real, mostrando, por exemplo, a disponibilidade de vagas de estacionamento em uma cidade em determinada hora. Ou, então, informando quantos navios estão ancorados em um porto em dado momento;
- um programa decifra a linguagem humana na análise de mensagens de texto e postagens em redes sociais para prever o aumento do desemprego, o esfriamento econômico, epidemias de doenças ou a necessidade de um novo produto ou serviço;
- em busca de melhores lugares para a instalação de turbinas eólicas, uma companhia analisa um grande volume (petabytes) de dados climáticos, de nível das marés, mapas de desmatamento, entre outros. O que costumava levar semanas dura apenas algumas horas;
- um negócio varejista monitora as combinações de produtos que seus clientes colocam nos carrinhos. Assim, é possível ganhar eficácia na sugestão de ofertas ou na combinação de itens do leque de preferências de determinado consumidor;
- integrando dados de todos os seus canais de relacionamento, uma empresa de telecomunicações saltou da última para a primeira posição no ranking de satisfação dos usuários de celular nos EUA;
- um hospital usa tecnologia para monitorar, em tempo real, dezenas de indicadores de saúde de bebês prematuros. O cruzamento permite aos médicos antecipar ameaças à vida das crianças.
Não importa o segmento de atuação: o Big Data é uma realidade e precisa ser tratada como prioridade pelas empresas que pretendem ser sustentáveis ao longo da transformação digital de seus negócios.
Como o mercado está vendo essa tendência?
A promessa do Big Data é dar às organizações uma boa capacidade de entender o comportamento do público e antecipar as inclinações do mercado. Trata-se de uma tendência para os próximos anos — as empresas que querem utilizá-la e estar na frente da concorrência terão que se adequar às exigências que virão com a solução.
Os números confirmam uma utilização cada vez maior do Big Data. Em 2018, este era um mercado que já havia movimentado US$ 166 bilhões. E especialistas apontam que, até 2022, o valor deve chegar a US$ 260 bilhões. Tudo isso para gerenciar a maior produção de informações da história, que deve alcançar 44 zetabytes já em 2020.
São nas análises preditiva e prescritiva de dados que uma empresa consegue obter previsões sobre as tendências de sua área de atuação e recomendações inteligentes para direcionar os próximos passos de sua estratégia de negócio.
Em um e-commerce, por exemplo, por meio da análise do Big Data, é possível definir estratégias para vender mais. Você pode fazer uma avaliação não só dos visitantes de seu site, mas também das páginas da concorrência, de fornecedores e do nicho de mercado no qual você atua.
Com o devido processamento, as seguintes informações serão obtidas em pouquíssimo tempo:
- o perfil dos visitantes de seu e-commerce;
- as páginas mais acessadas;
- os produtos mais buscados;
- a taxa de abandono do carrinho;
- outras métricas importantes para orientar suas campanhas de vendas e promoções.
Agora, para não restar dúvidas, confira outros números e previsões de diversos especialistas para o Big Data:
- os investimentos do mercado de telecomunicações da América Latina em Big Data no ano de 2016 foram de US$ 633,3 mi. Até 2022, devem chegar a US$ 1.779,2 bi (Frost & Sullivan);
- a análise de Big Data já é utilizada por 44% das empresas B2C (Business to Consumer) para melhorar a capacidade de resposta aos clientes (Forrester Consulting);
- uma pesquisa feita com 171 diretores de marketing (CMO) de companhias americanas apontou que 54% deles acreditam que Big Data é essencial para a estratégia de divulgação de longo prazo (SpencerStuart).
Quais são suas vantagens?
Tais previsões são promissoras porque quem já sabe o que é o Big Data percebeu as vantagens que ele é capaz de trazer para as empresas. E, independentemente do segmento, conforme os exemplos que você viu acima, muitas organizações já o aplicam e colhem bons frutos.
Agora, confira alguns desses benefícios:
- estratégias de marketing mais eficientes, direcionadas por dados de mercado e redes sociais;
- maior capacidade de entender, encontrar e conquistar novos clientes;
- possibilidade de trazer soluções melhores para o atendimento do consumidor;
- fidelização da carteira, com a promoção de uma melhor experiência para o consumidor;
- identificação de novas oportunidades de prestação de serviços ou produtos, a partir de uma avaliação preditiva sobre o comportamento do mercado;
- mais chances de aceitação entre o público, devido ao melhor direcionamento das ofertas;
- novos fluxos de receita, em decorrência da identificação de novas oportunidades de negócio;
- uso efetivo dos dados relacionados aos negócios e transacionados na internet;
- redução de gastos ao longo do tempo, com um rápido aprendizado sobre como usar as informações disponíveis para direcionar as ações;
- melhores decisões de negócio, com base na análise de dados (estruturados ou não) que envolvem a marca e seu mercado de atuação.
Perceba que as vantagens do Big Data são inúmeras e já existem muitas empresas lançando mão dessa tecnologia para aprimorar seus processos.
Se seu e-commerce precisa de um empurrão para alavancar os resultados, talvez seja a hora de saber o que é o Big Data e buscar aplicá-lo. Não tenha medo da mudança mesmo que, muitas vezes, seja preciso um tempo de adaptação. Não é à toa que o Big Data aparece como uma das principais tendências para o e-commerce já em 2018!
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