Por: Sergio Venicius
Alguns dos livros que eu já tive o prazer de ler foram “Art of the Start”, escrito por Guy Kawasaki, e “Rework”, de Jason Fried. Muitas das ideias propostas nestes livros foram incorporadas e estão principalmente se desenvolvendo na minha cabeça. Entretanto, elas são apenas ideias. Mas uma delas, que eu via como concluída, foi compreendida incorretamente. A ideia sobre Plano de Negócios, que ficou clara após colocá-la em prática recentemente.
O que dizia Guy Kawasaki em Art of the Start, literalmente, era sobre quando você vai iniciar um negócio: “Não sente-se imediatamente e comece a escrever um plano de negócios. Pense diferente. Não tente fazer as coisas o dobro melhor, tente dez vezes melhor. Não tenha medo de polarizar as pessoas…”. Jason Fried, no livro “Rework”, diz que “planejamento de negócios de longo prazo é fantasia. Existem tantos, mas tantos fatores que estão fora da sua alçada, que escrever um plano faz com que você se sinta no controle de coisas que você não tem realmente um controle. Planos são suposições”.
O que eu acabei concluindo precipitadamente foi, de uma forma um tanto quanto radical, que não deveríamos perder tempo escrevendo um plano de negócios, e sim partir diretamente para um planejamento de curto/médio prazo aliado à execução, e aos poucos descobrir o nosso caminho.
Então, ao entrar na Incubadora Tecnológica da Unochapecó – INCTECh, foi oferecido à equipe da Hub2b um curso de plano de negócios, que deveria resultar (e resultou) em um documento de plano. Durante o curso, aprendemos diversos pontos, desde a estruturação inicial do negócio antes da formalização, até cálculos financeiros que indicam a viabilidade do negócio de acordo com custos e receitas desejadas.
Após muito estudo e simulações, chegamos a um cenário desejado. Foi muito estudo financeiro, mercadológico, técnico, e também pesquisas na área legal. E ao final, eu acabei descartando a ideia radical que havia criado, finalmente entendendo que o plano de negócios é sim importante.
A questão não é jogar fora ou deixar de fazer o plano de negócios. É sim, não pensar que está sob controle de tudo como se o mercado não fosse variável. É sim, talvez postergar um pouco a construção do plano de negócios, pelo menos até “sentir” o mercado de atuação. É sim, estudar sua empresa, seu ambiente, e planejar a curto e médio prazo para que seja possível reduzir riscos e contorna-los quando se tornam realidade. E é sim, realizar uma manutenção contínua, não utilizando-o como um plano estático que deve ser seguido à longo prazo.
Desta forma, um dos resultados do Plano de Negócios da Hub2b foi o Plano Operacional. Um plano contendo detalhes de nossas operações diárias, profundamente ligados com objetivos, estratégias e táticas que definimos. Assim, nosso próximo passo (já em execução) é a prática de todo este plano, mas claro, sempre monitorando o que é variável.
Então, o que quero deixar como conselho, é que você deve ir lá e fazer o seu plano de negócios, estudar a sua empresa, seu produto, seu mercado. Planejar a sua empresa, planejar o seu futuro. Ainda, revise aqueles conceitos que você construiu a partir dos seus estudos. É aquilo mesmo? Ou, ainda é aquilo? Pense. Repense. Atualize-se.
* Este artigo expressa uma opinião e experiência pessoal de Sergio Venicius Vanin, sócio e diretor da Hub2b, sobre o assunto abordado.