Já sabemos que os Marketplaces estão ganhando cada vez mais fama e aderência no mercado brasileiro. Gigantes como Submarino, Extra, Walmart e MercadoLivre estão na frente, com os mais altos níveis de audiência de visitantes. Além deles, as “gringas” Amazon e Ebay estão chegando com seus shopping centers virtuais.
Em nossos últimos artigos, sobre como vender nos Marketplaces e como melhorar o processo de vendas sem comprometer a capacidade da loja, falamos sobre esse modelo de negócio do comércio eletrônico e como ele pode alavancar as suas vendas.
Como vimos, cada Marketplace adota um modelo de negócio e cobra uma comissão sobre o faturamento das suas vendas. Esta comissão varia, mas a grande questão é: vale a pena vender nos Marketplaces?
A principal proposta de valor dos Marketplaces é o alto nível de audiência. Esses canais recebem milhares de visitantes diariamente e isso, querendo ou não, é o que vai fazer as vendas aumentarem. Se sua loja recebe mil visitas POR MÊS, um Marketplace recebe milhares de visitas POR DIA. Além disso, o Marketplace se encarrega de outras “encrencas”, como garantir fraudes, cobrir as taxas de operadoras de cartão, manter a autoridade de SEO e preparar a “vitrine” da sua loja.
Com base no artigo Como aumentar a rentabilidade da loja virtual, escrito por João Cálice, da Cnova, vamos colocar todos os custos no “papel” para ver se vender nos Marketplaces é um bom investimento.
Temos duas empresas de pequeno porte, faturando até 100 mil reais, a Loja A que vende apenas pela sua loja online, e outra, Loja B, que vende apenas através de Marketplace. Na tabela abaixo vemos que a Loja A, tem custos com marketing, adquirente (bandeira de cartão de crédito) e gateway, anti-fraude e fraude apurada que contabilizam aproximadamente 17,5% dos custos efetivos, enquanto que esses custos para a Loja B são de responsabilidade do Marketplace.
Como o Marketplace é mantido por grandes empresas que investem em tecnologia, os custos para atrair clientes e realizar a operação com marketing, adquirente, gateway e anti-fraude é diluído. Portanto, acaba se tornando menor. Por exemplo, o custo do adquirente para a empresa de pequeno porte pode chegar a 5% enquanto para a de grande chega a 2%. Seguindo a lógica, o Marketplace irá pagar 8,5% por esse serviço, enquanto a Loja A irá pagar 17,5%. Dentro dessa faixa de comissionamento do Marketplace (8,5% a 17,5%), qualquer valor acordado será lucro para a Loja B.
Como exemplo, usamos uma taxa de 15% por esses serviços “prestados” pelo Marketplace. Com isso, observamos um aumento de 2,5% de margem de contribuição final da Loja B se comparada à Loja A.
Loja A – Loja virtual sem participar do Marketplace
Marketing | 10,0% |
Impostos | 10,0% |
CMV | 50,0% |
Adquirente + Gateway | 5,0% |
Adiantamento financeiro | 4,0% |
Plataformas | 2,5% |
Frete | 5,0% |
Anti-fraude | 2,0% |
Fraude apurada | 0,5% |
Fulfillment | 6,0% |
Margem de contribuição | 5,0% |
Comissão sobre vendas | 0% |
Margem de contribuição final | 5,0% |
Loja B – Loja virtual participando do Marketplace
Marketing | Custo do Marketplace |
Impostos | 10,0% |
CMV | 50,0% |
Adquirente + Gateway | Custo do Marketplace |
Adiantamento financeiro | 4,0% |
Plataformas | 2,5% |
Frete | 5,0% |
Anti-fraude | Custo do Marketplace |
Fraude apurada | Custo do Marketplace |
Fulfillment | 6,0% |
Integradores | 2,0% |
Margem de contribuição | 20,5% |
Comissão sobre vendas | 15% |
Margem de contribuição final | 5,5% |
Como vimos, é necessário fazer uma análise aprofundada antes de sair vendendo nos Marketplaces. Além dos custos é necessário fazer outras análises, como o posicionamento de cada Marketplace, qual o público alvo e quais os produtos com mais ênfase. Desta forma, o seu investimento nestes canais será muito mais rentável. Mas uma coisa é certa, neste modelo de negócio, o lojista ganha, o consumidor ganha e o Marketplace ganha, isso é uma parceira de sucesso!